sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Inclusão Virtual - Como utilizar as ferramentas virtuais para ganhar em competitividade

por Hugo Henrique Roth Cardoso - Trainee/SEBRAE
O constante aprimoramento das ferramentas de internet, bem como o desenvolvimento de novos produtos e serviços, gera uma nova oportunidade para as Micro e Pequenas Empresas se comunicarem com o mercado. Realidade já estabelecida, a inclusão digital hoje cede espaço à inclusão virtual, que visa inserir os interessados no ambiente da internet e dele retirar mais benefícios.
Sabendo que todas as empresas possuem a necessidade de comunicar o que produzem, pois esta é uma necessidade inerente a qualquer negócio e fator decisivo na manutenção da empresa, o ambiente virtual oferece ferramentas cada dia mais sofisticadas para consumar esse objetivo. Uma vez desenvolvida a ferramenta de relacionamento virtual, esta pode ser acessada por milhões de pessoas tanto no mercado doméstico quanto no internacional, gerando um custo de atendimento marginal próximo a zero.
Dois aspectos relevantes devem ser discutidos na promoção de ambientes virtuais, quais sejam, sua fundamentação e as oportunidades decorrentes.
Urge o desenvolvimento desta plataforma virtual a realidade hoje consolidada na sociedade: o uso das redes sociais de relacionamento tornou-se fato comum no quotidiano; a internet faz parte do dia a dia da sociedade, incluindo seus mecanismos de busca que procuram ordenar o vasto conhecimento disponível.
As redes sociais, com destaque no Brasil para o Orkut, e na Europa e Estados Unidos, o Facebook, hoje são ferramentas não só de relacionamento pessoal entre as pessoas, mas também de contato profissional, base para entrevistas de emprego e ambiente de divulgação de marcas, conceitos e eventos, de shows a candidatos políticos. Outras redes, como o Twitter, apresentam oportunidades distintas, com espaço padronizado para divulgação (o mundo em 140 caracteres, como veiculado acerca do sucesso do portal). Outra categoria que começa a avançar no Brasil é a de compras coletivas, com portais como Peixe Urbano, que agregam consumidores interessados num mesmo produto para barganhar descontos em sua aquisição. O potencial de exploração destas redes pelas Micro e Pequenas Empresas é relevante em vista de sua facilidade de uso e abrangência do público alcançado. A cautela deve ser observada na implementação desta estratégia, visto que da mesma forma que a rede pode beneficiar a empresa, sua natureza não hierárquica torna possível a disseminação de informações não convenientes aos seus interesses de mercado, como produtos com falha ou que não entenderam as expectativas de consumo.
Nas grandes cidades, em especial onde se concentra o mercado consumidor, a dificuldade em encontrar serviços e produtos pelas pessoas é atenuada pela busca na internet de quem atenda seus interesses. Nos mecanismos de busca na internet trafegam informações sobre preferências dos consumidores, termos de busca mais relevantes e principais dados transmitidos/inseridos na rede mundial de computadores. Estar presente na internet, ser localizado pelos mecanismos de busca, é fator de competitividade e sobrevivência para a empresa, esta precisa comunicar o que produz, como já dizia o velho Abelardo Barbosa, o Chacrinha, “quem não se comunica se trumbica”. Irreverências à parte, a moderna lista telefônica é o Google, o oráculo moderno com soluções em serviço e tecnologia também.
De posse das razões que fundamentam o uso de ambientes virtuais como estratégia de marketing para a Micro e Pequena Empresa, passamos agora à observação das oportunidades decorrentes dessa iniciativa.
A comunicação direta junto ao cliente final permite a uma marca trabalhar conceitos que circundem seu produto e sua identidade de consumo. O canal de relacionamento entre clientes e empresa gera oportunidades de mercado e receptividade, considerando ainda o auxílio dos clientes na construção de conceitos.
Quando da compra de determinado produto ou serviço o espectro de escolha vai desde um produto até uma marca: pode-se optar pela commodity ou pela marca, pode-se obter um produto genérico ou específico. A comunicação pelo ambiente virtual permite a consolidação de identidade das marcas, relacionando-as a conceitos ou categorias de consumo que pelas vias tradicionais de divulgação demandariam onerosos recursos para atingir um público restrito geograficamente.
A comunicação direta entre a Micro e Pequena Empresa e o cliente final permite que a receptividade de novos produtos ou conceitos seja testada antes de seu lançamento em larga escala no mercado, além de fortalecer o intercâmbio de informação sobre produtos existentes ou experiências advindas de seu consumo. Ao promover o feedback dos clientes estes passam a se sentir parte do produto desenvolvido, o que influencia ainda na fidelização. A facilidade de contato enriquece a experiência da marca e motiva novos relacionamentos entre a empresa e o cliente.
Reconhecer as ferramentas virtuais e nelas vislumbrar oportunidade de desenvolvimento para seu negócio é fator de diferenciação das empresas modernas, que se retiram da competição por espaço e mídia nos veículos tradicionais e passam a competir pela competência que demonstram e pela qualidade de seu produto, seu poder de cativar o cliente a expressar sua experiência de consumo.
Plataformas virtuais de relacionamento fornecem ampla capacidade de atendimento e divulgação contínua para as empresas. A oportunidade de explorar este mercado exige da mesma forma cautela para que a investida virtual não gere repercussão negativa para a empresa. A preparação profissional para dar esse passo é fator de diferenciação entre aqueles cujo resultado será favorável ao negócio e aquelas empresas cujo trabalho não atingirá os ganhos de escala possíveis com as ferramentas.
Bibliografia:
Banda Larga. Disponível em . Acesso em 06/10/2010.
KIM, W. Chan & MAUBORGNE, Renee. A Estratégia do Oceano Azul. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 258 p.
NOBREGA, Clemente & LIMA, Adriano. INNOVATRIX. São Paulo: Agir, 2010. 168 p.
VAYNERCHUK, Gary. Vai fundo! São Paulo: Agir, 2010. 192 p.

2 comentários:

  1. Mas alguns precisam aprender a navegar com essa ferramenta. Tem que haver também multiplicadores desse conhecimento.

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  2. Boa tarde Reginaldo.
    Certamente é preciso formar multiplicadores para esse conhecimento, principalmente para permitir que este chegue a mais pessoas e das mais variadas formas, respeitando regionalidades e as distintas formas de aprendizagem.
    Abraço, obrigado pela contribuição.

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